sábado, 14 de novembro de 2015

Não encontrarás




Segura o manto de seus valores pois ele logo desaparecerá
Se o retesa como um arco, ele escapará como flecha
Vê quantas formas ele assume e quantos truques ele inventa
Se está presente em forma, então há de sumir pela alma
Se o procuras no alto do céu, ele brilha como a lua no lago
E entras na água para captura-lo e de novo ele foge para o céu
Se o procuras no espaço vazio, lá está no lugar de sempre
Caminhas para este lugar e de novo ele foge para o vazio
Uma flecha que sai do arco como um pássaro que voa da tua imaginação
O absoluto há de fugir sempre do que é incerto
Escapo daqui e dali para que minha beleza não se prenda a isso ou aquilo
Como o vento sei voar e por amor a rosa sou como a brisa
Também a rosa há de escapar ao outono
Vê como esse eclipse te cerca
Até seu nome se desfaz ao sentir tua ânsia de pronunciá-lo
Ele te escapará a menor tentativa de fixar sua forma numa imagem
A pintura sumirá da tela
E os signos fugirão de teu coração

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